Todo de fã de Power Ranger sabe e não pode esconder, que gostar da franquia é uma relação de amor e ódio. O fã que acompanha Power Ranger temporada por temporada tem que aceitar que em algum momento determinada história vai ser melhor que uma outra história e que talvez aquela temporada que estava aguardando, não foi tão boa assim.

Desde que a Saban voltou, a comunidade de fãs (isso inclui o Mega Power Brasil) anseia por uma temporada que siga os passos de "Força do Tempo" ou "Galáxia Perdida" por exemplo. Talvez não tenhamos uma história que seja tão dramática e profunda como essas citadas, os tempos são outros e as séries no estilo de Power Rangers precisam se moldar com os gostos e o perfil da geração atual.

Power Rangers Samurai marcou o retorno da Saban - Foto: Reprodução internet

Em 2010 quando a Saban re-adquiriu os direitos da Disney, prometeu trazer o vigor e os elementos que conhecíamos de Power Rangers. Querendo ou não, a primeira temporada nas mãos da empresa "Power Rangers Samurai" cumpriu em partes com esse dever e foi um sucesso entre os anos de 2011 e 2012 onde foi ao ar junto com sua sequência "Super Samurai". A quantidade de produtos lançados e as parcerias que a recém chegada Saban Brands conquistou, deixa qualquer empresário extasiado.

A empresa que estava no comando de Elie Dekel e tinha como produtor executivo Tzachor (que fez parte da equipe na época de Mighty Morphin Power Rangers até Turbo), se preparava em 2013 para comemorar os 20 anos da franquia com "Power Rangers Megaforce" e sua continuação "Power Rangers Super Megaforce". Apesar de ambas terem vendidos muitos produtos e arrancado boas audiências na América do Norte, pecaram em respeitar o legado de mais de duas décadas se preocupando apenas em vender brinquedos e esquecer tudo que foi criado. Não estou falando que são temporadas ruins, mas que poderiam ser melhor aproveitadas.

A Saban tinha duas opções: Seguir com a mesma equipe criativa ou renovar e reconquistar o seu público mais fiel. Em 2014 na Power Morphicon tivemos uma surpresa além da revelação do elenco da vindoura Power Rangers Dino Charge, a Saban havia contratado um grande nome conhecido pelos fãs, Judd Lynn. Chip, como também é chamado, trabalhou como produtor em "Espaço", "Galáxia Perdida", "Resgate", "Força do Tempo" e a segunda metade de "RPM" em 2009.

Rangers unidos no primeiro episódio de Dino Super Charge - Foto: Reprodução internet

Era a hora de mudar o que havia sido feito até então e Dino Charge foi a temporada que trouxe o vigor e os elementos de Power Rangers, algo que havia sido prometido seis anos atrás. Uma boa história, bons personagens e é claro uma produção em um nível muito superior ao que foi visto nas últimas temporadas. Com Dino Super Charge ainda no comando de Chip, não poderia ser diferente.

O "Super" de Dino Super Charge, realmente faz jus ao título. No ano passado os fãs foram surpreendidos com o final de Dino Charge que abriu diversas possibilidades para a sequência. Este piloto não é uma exceção. O episódio começa com o vilão que foi visto nos últimos episódios da temporada anterior, Heckyl / Snide e sabemos um pouco sobre a ambição do personagem, ele pretende terminar o que Sledge não conseguiu (roubar as Energems) e de quebra conquistar o universo. Em geral "When Evil Stirs" é muito bom, considerando que este episódio é apenas uma continuação de uma temporada passada, ele poderia terminar apressado. No entanto, ele tem tempo suficiente para desenvolver seus personagens e você sente um gosto do que pode vir no futuro.

O manipulador e perigoso Snide - Foto: Reprodução internet

O episódio faz um bom trabalho em desenvolver Tyler e ainda temos a participação do ator veterano de Power Rangers, James Gaylyn que interpreta o pai de Shelby. Assim como Dino Charge, este episódio tem "easter eggs" e a dica é "Força Mística" e "RPM". Em termos de desenvolvimento de caráter, o episódio faz um bom trabalho re-introduzindo Tyler, que agora vê mais emoção em ser um Power Ranger e como Shelby precisa conciliar sua vida normal como estudante e ser uma Ranger. Koda também tem um destaque no episódio. Os outros Rangers não brilham muito na tela, mas o que é entendível afinal o foco do episódio foi em dois personagens específicos.

O ponto alto do retorno da série é Snide. Ele surge com um plano inteligente, ele pretende conseguir um emprego no Museu para ficar mais próximo das Energems. Além disso, ele tem uma razão legítima para enviar seus capangas, enquanto assiste os seus monstros lutarem contra os Rangers. Ele não sabe quando irá reverter para a sua forma humana. A singularidade deste personagem, assim como sua personalidade manipuladora faz de Snide / Heckyl um promissor vilão.

Este é um grande começo para o que esperamos ser a melhor temporada que carrega o título "Super". É aguardar para ver.