Depois de um retorno triunfal na edição zero, Mighty Morphin Power Rangers continua sua jornada no universo dos quadrinhos, e melhorando a cada página. Será que vai demorar muito para chegar no Brasil?

A edição um, que teve vinte e oito capas variantes (para que tudo isso?), traz quatro histórias. A primeira é a principal, escrita por Kyle Higgins (Asa Noturna, Batman do Futuro) e ilustrada por Hendry Prasetya (Vodoo, Lanterna Verde). A segunda história com Bulk e Skull foi escrita por Steve Orlando (Meia-Noite, Undertown) e ilustrada por Corin Howell (Bat-Mirim, Transformers).

Se você por acaso não leu a edição zero de Mighty Morphin Power Rangers, não tem problema. O número um faz um breve apanhando do que aconteceu e tudo fica melhor com a narração de Bulk e Skull que agora tem um canal na internet (provavelmente YouTube) onde postam todas as informações sobre os Rangers. Mas se mesmo assim você quer saber o que rolou, leia o nosso review anterior.

Bulk e Skull aparecem na trama principal do quadrinho - Foto: BOOM! Studios

Como falado anteriormente, o quadrinho principal começa com seis páginas dedicadas a Bulk e Skull, que agora possuem um canal na internet onde relatam os acontecimentos em Alameda dos Anjos, cidade localizada na Califórnia. É nessa parte que temos a primeira abordagem dos dois personagens na trama principal. Eles continuam engraçados e inconvenientes como na série de TV. Essa parte fica ainda mais interessante quando o gordo e o magro falam sobre a chegada dos Rangers em Alameda dos Anjos, com direito a cenas de “O Dia da Mudança” (primeiro episódio) e uma imagem com vários monstros que os heróis derrotaram.

Após essa parte, Kyle Higgins faz um excelente trabalho em mostrar a vida cotidiana dos Rangers no colégio e como eles lidam com os seus disfarces. Ele re-introduz o leitor para o universo que visitamos nos anos 90 e mostra um pouco da personalidade de cada Ranger. A ênfase maior, é claro, fica para Tommy Oliver; o novo Ranger da equipe. Higgins mostra os dois lados do personagem. O primeiro é o lado confiante, que flerta com Kimberly (Ranger Rosa) e em seguida assume a liderança em uma sessão de treino dentro da Câmara do Poder (essa parte foi muito bem desenhada e escrita). O segundo lado é o Tommy que está com dúvidas sobre o que deve fazer e que está sempre atormentado pela voz de Rita Repulsa, que desencoraja o personagem toda vez que ele está sozinho. Essa dualidade de caráter deixa a história mais encorpada e justifica a decisão do autor em centralizar a trama no Ranger Verde.

O foco no Ranger Verde é completamente justificável no quadrinho - Foto: Reprodução internet

Apesar de focar mais no Ranger Verde, o resto do elenco não é esquecido. Cada um dos Rangers tem participações sólidas na história e seus comportamentos estão muito parecidos com a série televisiva. Os vilões começaram a ganhar mais destaque nesse primeiro volume. Scorpina, por exemplo, está muito bem retratada nessa nova versão. Rita Repulsa teve a sua essência capturada pelo escritor que fez jus a uma das maiores vilãs da franquia.

As cenas de batalha são mais ousadas que o seriado, o que parece óbvio pois na HQ existe uma liberdade por conta da não preocupação com os efeitos especiais vistos na TV. Ver a população em choque com a invasão de um monstro é mais verossímil quando se compara com o programa original e pela primeira vez temos uma visão macro do que acontece na cidade quando ela está sob ataque.

Por fim, temos mais uma história centrada em Bulk e Skull, que não faz parte da trama principal. Assim como a na edição anterior, ela é mais focada no humor e nas trapalhadas dos dois personagens, não apresentando nada de novo ou que possa surpreender o leitor. Os que não se prendem a nostalgia com certeza irão pular essa parte do quadrinho.

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