Power Rangers sempre abriu possibilidades para novas histórias, principalmente as primeiras temporadas. Mesmo com muitos episódios, Mighty Morphin Power Rangers sempre teve espaço para ser explorada e revisitada diversas vezes. Pensando nisso, a série Mighty Morphin Powers Rangers, da BOOM! Studios, se propõe a um audacioso projeto que é contar novas histórias para os clássicos personagens da franquia.

Voltando aos poucos para a grande mídia, depois de passar longos anos focado em um nicho especifico de público, os Rangers tem pela frente o longa metragem programado para 2017, o que pode ser o elemento que falta para que a “Rangermania” volte a conquistar espaços. E além deles, temos os novos quadrinhos com a primeira edição de “Mighty Morphin Power Rangers” lançada em Março desse ano com 28 capas variantes, um número muito grande até para os padrões da Marvel e DC Comics e que apresentou bons números de venda. Mas antes dessa primeira edição, a empresa lançou um número zero e é dela que iremos falar hoje.

Tommy, Rita Repulsa e Jason nos novos quadrinhos - Foto: BOOM! Studios

O número #0 traz três histórias distintas: a principal que recebe o título “Mighty Morphin Power Rangers”, uma segunda estrelando Bulk e Skull (The Ongoing adventures of Bulk & Skull) e uma terceira intitulada “What time is it?!”. Cada história tem uma abordagem diferente e iremos falar de cada uma delas nesse review.

A trama principal é escrita por Kyle Higgins (Batman Annual) e ilustrada por Hendry Prasetya (Power Girl, Star Trek: New Adventures) e segue os eventos após o arco “Verde de Raiva” apresentado na série de TV. Só para refrescar a memória, “Verde de Raiva” são os episódios onde Tommy , o Ranger maligno de Rita Repulsa surge na série para destruir os Rangers mas no final acaba virando um membro da equipe. A edição zero dita exatamente o ritmo que irá seguir os quadrinhos e pela abordagem teremos uma relação mais profunda entre Tommy Oliver e a vilã Rita Repulsa.

Somos logo transportados para o colégio da Alameda dos Anjos, mas não aquele dos anos noventa. Tudo está moderno e temos várias menções sobre redes sociais e smartphones, elementos que foram colocados propositalmente para deixar a história mais contemporânea e de fácil assimilação para a nova geração de leitores. Não demora muito para Finster criar um monstro e envia-lo para Alameda dos Anjos e é nessa hora que os Zords entram em ação.

A narrativa é interessante e os traços são bastante competentes, limpos e com efeitos de sombra muito bem desenhados. O ritmo é gostoso de ler e de fácil compreensão, nada muito denso ou sombrio demais. O “relacionamento” entre Rita e Tommy é um elemento que se for explorado de forma coesa, pode ser um plot interessante para as futuras edições. Na edição zero também temos os clichês de Power Rangers, mas o que seria da série sem eles não é mesmo? Resumindo, a primeira história é bem chamativa e abre as portas para o que vem a seguir.

A primeira luta do Megazord no quadrinho - Foto: BOOM! Studios

A história solo de Bulk e Skull é escrita por Steve Orlando (Liga da Justiça) e desenhada por Corin Howell (Transformers). Apesar de ser bem curtinha (duas páginas apenas), o enredo lembra bastante as situações onde os dois personagens se metiam no auge da franquia. Na trama, Bulk e Skull estão tentando escapar de mais uma detenção na sala do diretor Caplan e decidem se tornar os novos Power Rangers depois de ouvir que as garotas são fãs deles. O traço condiz com a história, bem caricato e bonitinho, e assim como a primeira trama da revista, termina em aberto.

Bulk e Skull estão de volta em uma história voltada para eles - Foto: BOOM! Studios

A última história é a única que traz o maior capanga de Rita, Goldar. Apesar de ser bem curta, “What time is it?!”, escrita por Mairghread Scott (Transformers) e ilustrada por Daniel Bayliss (Translucid), é divertida e a execução é bastante parecida com a série de TV. A história, bem fundamentada, demonstra que a “união faz a força” e que um Ranger sozinho não é tão eficiente, sendo que somente juntos podem se tornar uma força inimaginável.

O visual de Goldar continua assustador na curta história "What time is it?!" - Foto: BOOM! Studios

A edição zero com certeza cumpriu o seu papel de trazer os Rangers a uma nova geração. Ela cativa os mais velhos com elementos nostálgicos, parece um episódio da série, só que mais moderno e com um enredo um pouco sombrio (não tanto quanto Batman por exemplo). Algo que não era tão comum na série de TV e ao mesmo tempo convida aquela pessoa que nunca teve contato com a franquia. Os Power Rangers estão de volta e estou ansioso para ler a próxima edição.