As primeiras edições de Mighty Morphin Power Rangers continuam a focar em coisas que normalmente não vemos na série de TV. Como é o interior de um Zord? Como os Rangers se comunicam? Onde estão os pais deles? Kyle Higgins e Hendry Prasetya voltam sua atenção para esses detalhes sem trazer é claro, todos os elementos que conhecemos.

Fica evidente como Higgins transforma uma crítica à série de TV em algo que só tem a agregar ao quadrinho: Desenvolvimento de personagens. Finalmente sabemos como se desenrola a relação entre Tommy e Kimberly e temos cenas focadas em Trini e Billy, o destaque vai para as falas da Ranger Amarela que recebeu um tratamento muito melhor do que a atriz na época da série original. Kyle também explora a dinâmica do grupo. Temos muito foco ainda no Ranger Verde, mas como falado anteriormente em outros reviews, isso é importante porque vemos como o personagem causa impacto ao chegar em grupo que já estava formado. Temos a insegurança de Billy com Tommy e Jason que precisa mostrar seu papel de líder. As emoções são mais interessantes aqui do que na série.

Trini e Billy ganham mais destaque na segunda edição - Foto; Reprodução internet

Apesar do enredo ainda parecer um pouco lento, é compreensível quando chegamos ao final dessa edição. Tudo gira em torno de Tommy até a última página quando parece que o conflito enfim chegou ao grupo. É interessante ressaltar uma abordagem que não vimos na TV: O Dragonzord de Tommy parou de responder ao Ranger, porque não se sente confortável com ele e Tommy entra em colapso com essa situação, duvidando mais uma vez de seu potencial como um Power Ranger.

Scorpina e Tommy se confrontam - Foto; Reprodução internet

A batalha de Tommy com Scorpina é visualmente atraente graças ao excelente traço de Prasetya. É nesse momento que o a história move o leitor para um ritmo mais rápido e nos mostra como os principais personagens interagem uns com os outros dentro e fora do campo de batalha. O mesmo pode ser dito do tormento continuo de Tommy nas mãos de Rita Repulsa em sua forma espectral. Higgins quer nos dizer alguma coisa que está acontecendo e não conseguimos enxergar enquanto habilmente balança a incerteza e orgulho de Tommy com um sentimento semelhante compartilhado pelos seus companheiros.

Tommy enfurecido contra Scorpina - Foto: Reprodução internet

Mighty Morphin Power Rangers #2 continua com o mesmo ritmo das edições anteriores, sem perder o nível de ação combinado com o ótimo desenvolvimento de personagens. Kyle Higgins e Hendry Prasetya novamente faz um bom trabalho na criação de um novo enredo para as novas e antigas gerações. A segunda história com Bulk e Skull ainda não acrescentam em nada, mas pelo menos divertem e estão fora da trama principal. A BOOM! Studios continua a fazer justiça aos Rangers e fica mais uma vez o pedido do Mega Power Brasil: Lancem o quanto antes esses quadrinhos no Brasil.